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VOL. 14 – ANO 33 – N° 1 – 2009
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FESTAS SEMIÓTICAS
AMADOR RIBEIRO NETO
1
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
amador.ribeiro@uol.com.br
RESUMO. A produção musical de Caetano Veloso tem revelado, ao longo
do tempo, que a música popular é um dos mais significativos canais da
efervescência cultural brasileira. Este breve ensaio busca pensar o carnaval,
como metonímia expressiva deste caldeirão cultural a partir da Semiótica da
Cultura de extração russa.
PALAVRAS-CHAVE: Caetano Veloso. Semiótica da Cultura. Carnaval.
ABSTRACT. Caetano Veloso's musical production has revealed, along the
years, that popular music is one of the most significant and exciting
channels of Brazilian culture. In this short essay we offer an attempt to see
carnival as a metonymy of the expression of this cultural melting pot in the
light of the Semiotics of Culture of Russian affiliation.
KEY WORDS: Caetano Veloso. Semiotics of Culture. Carnival
É sempre bom ficar de olho nas danças e andanças da música
popular brasileira. Além de ser nossa expressão popular mais
significativa, sua história tem relevância para além da questão estética
- o aspecto social de produção e consumo mostra rumos deste e (para
este) país desarrumado. Vale a pena conferir. Como? Um dos
melhores jeitos é atentar para a produção musical de Caetano Veloso.
Antes, vale pensar a nada simples definição de texto:
(...) é preciso protestar contra a assimilação do ‘texto’ à
representação da totalidade da obra artística. A oposição
muito espalhada do texto como uma certa realidade às
1 Amador Ribeiro Neto é graduado e Mestre em Teoria Literária e Literatura
Comparada pela USP. É doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.
Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Letras da UFPB.
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concepções, às idéias, às interpretações de toda a espécie,
nas quais se vê alguma coisa de demasiado instável e de
demasiado subjectivo, apesar de toda a sua simplicidade
exterior, é pouco convincente. (LOTMAN, 1978: 101).
A seguir, o semioticista russo conclui:
Uma obra artística, sendo um modelo determinado do
mundo, uma mensagem na linguagem da arte, não existe
pura e simplesmente fora dessa linguagem, assim como fora
de todas as outras linguagens das comunicações sociais. (...)
As ligações contextuais de uma obra podem ser descritas
como a relação do conjunto dos elementos fixados no texto
com o conjunto dos elementos a partir do qual foi realizada a
escolha do elemento utilizado que é dado. (...) Convém
sublinhar que a estrutura extratextual está tão hierarquizada
como por completo a linguagem da obra artística”.
(LOTMAN, 1978: 101-02).
Ao longo de sua obra o pai do Tropicalismo tem revelado
interesse pelas formas e pelos temas mais contundentes de nossa
cultura. Sua postura tem sido a de um semioticista da cultura, que cria
dentro do universo da semiosfera, tal como a entende Lotman
2
. Dos
aspectos políticos aos sexuais, dos ecológicos aos sentimentais, dos
étnicos aos femininos e feministas, dos homossexuais aos da terceira
idade, dos da infância aos das doenças estigmatizadas socialmente,
etc. – quase nada escapa ao seu olho de lince.
Musicalmente, o "mano Caetano" desenha um arco que vai
dos acordes de forró aos experimentos eruditos, dos boleros ao rock,
do samba ao atonalismo, do rap ao do fado, das orquestrações
tradicionais às inusitadas percussões. Etc. Etc. Etc.
Através das apropriações, citações, intertextualidades,
"confusão de prosódias", e "profusão de paródias", entre outros
2
“(...) o habitat e a vida dos signos no universo cultural” (MACHADO,
2007: 16). ”(...) ‘semiosfera’ significa o mesmo que ‘cultura’, em oposição à
‘não-cultura’ (..)”. (SONESSON, 2007: 126).
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recursos intersemióticos, Caetano tensiona e redimensiona constante
diálogo com a cultura popular, quer através dos sambas de roda, quer
através de textos cabralinos, roseanos, haroldianos, sousandradinos,
etc. Ouçamos com atenção “ Baby”, “Remelexo”, “A terceira
margem do rio”, “Ele me deu um beijo na boca”, “Sugar cane fields
forever”, “O estrangeiro”, “Homem”, “A base de Guantánamo”,
entre tantas outras.
Em seus frevos, por exemplo, munido da lógica do carnaval, o
eu-lírico pulsa como um quasar, investindo contra o logocentrismo
ortodoxo, castrador e – pior ainda – simplificador. No compasso do
carnavalizar a vida, coração, vai minando os princípios e os medos
de um Tu indeciso, hesitante, careta, terminando por seduzi-lo para a
folia ou encaminhando-o para o salão.
“Cara a Cara”
(Caetano Veloso)
Nas suas andanças
Danças, danças, danças, danças, danças,
Na multidão
Veja se de vez em quando
Encontra, contra, contra, contra, contra,
Os pedaços do meu coração
Nas suas andanças
Danças, danças, danças, danças, danças, danças,
Na multidão
Veja se de vez em quando encontra
Contra, contra, contra, contra, contra, os pedaços,
Do meu coração
Tira essa máscara
Neste jogo, onde os espaços do coração e da cidade montam
um único tabuleiro de relações biunívocas, os pares obedecem à
lógica carnavalesca. Por isso mesmo não se excluem. Antes:
convivem harmonicamente com suas diferenças – de complemen-
taridades, de oposições, de contrariedades e de paradoxos. Letra e
melodia, música e ruído, canto e silêncio, ritmo e pausa, oriente e
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ocidente, acústico e elétrico, América e África, festa e dia-a-dia, cara
e máscara, Eu e Tu, andar e dançar, praça da Sé e rua Chile, noite e
dia, Deus e Diabo, folia e medo, etc., interagem entre si, sem se
anularem, sem se excluírem. Afinal, é carnaval. O mundo (até o da
lógica) deve ficar de cabeça pra baixo.
Um Frevo Novo
(Caetano Veloso)
A Praça Castro Alves é do povo
Como o céu é do avião
Um frevo novo, um frevo, um frevo novo
Todo mundo na praça
Manda a gente sem graça pro salão
Mete o cotovelo
E vai abrindo caminho
Pegue no meu cabelo
Pra não se perder
E terminar sozinho
O tempo passa
Mas na raça eu chego lá
É aqui nesta praça
Que tudo vai ter que pintar
Nos frevos, Caetano, ao optar pela carnavalização da
linguagem, elege a figura do Outro como referencial poético. O
outro, no caso, não é apenas aquele ou o que se insere no domínio "de
outrem", mas inclui aquele e aquilo que faz parte "de si mesmo". Ou
seja, antropofagicamente, os frevos de Caetano apossam-se do
preceito oswaldiano ("só me interessa o que não é meu") e criam a (e
na) intertextualidade. Nestes casos, por exemplo, a paródia encontra
terreno propício, com suas inversões, dessacralizações, irrisões e
cantos paralelos. Comenta e critica o texto do outro, ou de si próprio,
tirando partido desta relação, como em “Deus e o Diabo”. Ou em
Piaba”.
Este processo implica uma poética da metalinguagem que se
espelha e se espalha a partir da música popular rumo a novas
manifestações culturais. O antigo carnaval dos entrudos é reabilitado
em sua característica nuclear: o povo fazendo festa na rua. É certo
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que Caetano pegou o trio andando quando compôs “Atrás do trio
elétrico”. Mas é certo que ele fez o trio se espalhar mais rapidamente
pelo país afora.
Se os trios mudaram?
No momento em que os trios elétricos com o uso das cordas
de isolamento e a venda de ingressos (camuflados em abadás) se
institucionalizam e se transformam numa maquininha de fazer lucros,
Caetano deixa de compor frevos para o carnaval. (Não nos
esqueçamos de que durante anos ele firmou-se como freveiro da folia.
Grande parte destes frevos está reunida no disco Muitos Carnavais).
Hoje, Caetano se exilou da festa enquanto compositor. Os
motivos, de ordem pessoal, não nos interessam. Esteticamente ele
continua compondo com a marca de seu talento re(i)novador de
sempre. “Noites do Norte” é uma pedra no sapato da crítica nacional.
O disco recebe a melhor acolhida internacional mas a imprensa
brasileira só sabe comentar o que Caetano disse sobre a (quase
generalizada) má qualidade dos Cadernos Culturais dos jornais.
Discute-se uma opinião do cidadão Caetano, deixa-se de lado a obra
do compositor.
Enquanto isto Caetano vem desenvolvendo um projeto
revolucionário sobre a canção popular, desde seu disco “Livro”. Um
projeto que ele havia começado em 1973 com “Araçá Azul”. E que
teve continuidade em “Cê” e em “Zii e Zie”. À semelhança de
Jakobson, o pensamento semiótico de Caetano visa ao funcionamento
da cognição. Tive oportunidade de reportar-me a este projeto de
criação em Caetano (RIBEIRO NETO, 2001: 97-120).
Para Jakobson, segundo Machado:
Graças à compreensão do funcionamento da linguagem,
Jakobson chega a campos conceituais elementares de sua
abordagem semiótica (...) Pensamento semiótico cujo
compromisso é o funcionamento da cognição. Não é à toa
que por semiose entende tanto a dinâmica da mente da
cultura quanto do cérebro humano. Este é o caminho que se
coloca no horizonte de uma investigação que entende
linguagem como signo. (MACHADO, 2008)
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É bom nos darmos conta de um detalhe: as patrulhas
ideológicas dos anos 70 esvaziaram-se com os novos rumos da
cultura e da História deste país. Não vou ficar chutando o cachorro
morto desta crítica e de um incerto jornalismo que insiste em misturar
a obra de arte com a vida pessoal do artista
3
.
O cidadão Caetano tem todo o direito de continuar festejando
o carnaval e posando ao lado de quem quiser. Tem todo o direito de
acolher as homenagens dos "trios", da "galera", dos "pipocas". Ao
crítico de arte, não interessa o cidadão, mas o compositor Caetano.
Não cabe ao crítico desvirtuar nem tergiversar com os princípios de
seu trabalho. Em nome da Sociologia da Arte, na deve fazer política
(nem politiquice) em cima de artistas (ou de textos de crítica de arte).
Cabe-lhe a crítica estética. Na linha da Semiótica da Cultura de
extração russa, por exemplo. E ponto. Stop.
O linguista Chomsky chama a atenção para o fato de que o
mau desempenho vincula-se à má competência. Ou seja: a ausência
de repertório adequado leva à desinformação, que leva à maledi-
cência.
Caetano, desde o Tropicalismo (o movimento cultural mais
importante deste país depois da Semana de 22, do advento da Poesia
Concreta, em 56 e da Bossa Nova em 58) desenvolve um trabalho
calcado na deglutição do "que não é meu" para se chegar a um
produto singular, intensamente próprio. Para ele, novas linguagens
nascem da mescla geral e irrestrita agitadas no big caldeirão
multicultural. Não é a troco de nada que há mais de 30 anos Caetano
declarou que “o Tropicalismo é um neo-Antropofagismo" (CAMPOS,
2008: 207).
Os esteticamente desinformados que se atualizem. Atualização
é fundamental. Sem Semiótica não se avança não. (Em tempo:
memória é indispensável).
Lotman e Bakhtin procuraram entender, cada um a seu
modo, a convulsão do cosmos potencializador de modelos
dialógicos e semiósicos. O conjunto das investigações empre-
3 Conhece-se o mau crítico quando ele aborda a biografia do autor ao invés
de abordar a obra. (POUND, 2007: 12).
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endidas pelos russos, no campo das artes e das ciências, para
compreender a linguagem como problema semiótico – pense,
por exemplo, na intensa experimentação dos artistas constru-
tivistas, dos linguistas, dos cineastas que não mediram
esforços para provar que cinema é linguagem – firmou uma
matriz de pensamento fundador de um campo de investigação
radicalmente promissor: a semiótica da cultura.
(MACHADO, 2003: 25).
Falando em caldeirão de linguagens, as micaretas – com seus
multinomes: micaroa, micarande, caconfolia, carnatal, etc. –
explodem de janeiro a janeiro por todo o país levando à frente a
proposta tropicalista. Elas conseguiram espaço garantido no universo
de diversão da sociedade de massa. E continuarão existindo até
quando interessar à massa e aos organizadores. Para além do espaço
de diversão, a fusão e a confusão de ritmos, letras, melodias, falas,
poesia, harmonias – do samba de roda à música eletrônica – estão
gerando bits, mangues e manguebeats que os ouvidos e os olhos
desacostumados às inovações recusam (re)ouvir e (re)ver. Mais:
corações e inteligências recusam-se a sentir e a pensar. “À mente
apavora o que ainda não é mesmo velho”. Caetano dixit. À mente e
ao coração.
As percussões das timbaladas & os timbres da música digital
estão operando uma revolução silenciosa em nossa música popular.
As vogais da axé music apontam em última instância para uma
canção popular do significante, mais do que para a canção popular do
significado. Os que se arvoram em herdeiros e defensores ferrenhos
da cultura letrada decidem que a falta da palavra implica falta de
sentido. Não procede. O mundo está antropofagiado full time. Um
mundo decidida e irreversivelmente semiótico. Plural. Ágil. Mutante.
Um mundo que pode & pede baião com funk, pagode com chorinho,
axé com lambada, samba com rap. Forró no Carnaval e funk-pagode-
axé nas festas de São João. Por que não?
Canto do universo no som do Big-Bang: o Cosmo ganha
ordem e a espécie humana inicia o percurso que vai
diferenciá-la das demais espécies. (...) E a espécie humana se
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fez distinta e inigualável. Vários códigos: sonoro, visual,
verbal. A convivência entre eles revitaliza a potencialidade
de cada sinal (...). (JOSÉ, 2007: 245).
Os trios elétricos de hoje (com ou sem corda de isolamento)
convivem lado a lado com o carnaval acústico das orquestras de
frevo, com os cavaquinhos dos pagodes, com os bandolins das
orquestras que rememoram antigos carnavais e com o mela-mela
advindo dos tempos Coloniais. Ou seja: os trios convivem com uma
mescla de carnavais tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Há carnaval pra
todos. O tempo todo. Em todo lugar.
Há carnaval – e aí está uma inovação – no São João de
Campina Grande (PB) e no de Caruaru (PE). Aliás, estas duas cidades
estão saindo na frente e dando o pontapé inicial nesta partida que
ainda vai render muita música & muita semioticidade.
Na micarande, grupos de forró "de plástico" (ou forró
eletrônico) e grupos de forró "pé de serra" sobem aos palcos e nos
trios para celebrarem uma festa dentro de outra festa. É o rock, o rap,
o repente, o funk, o pagode, o axé no São João! Além do forró. É a
alegria do povo curtindo e, bem provavelmente, gerando uma nova
linguagem para a música popular.
Diante da irreverência e da anarquia das massas, os puristas
ficam desorientados. Declaram que não entendem mais nada.
Apegam-se a teorias e teóricos dos dois últimos séculos. Como se o
mundo houvesse estancado. Em tempos internáuticos, dois séculos
abarcam dimensões jurássicas.
O carnaval acaba de migrar para as festas de São João. Qual o
problema?
Campina Grande e Caruaru agem sem preconceitos e sem
escrúpulos estéticos. Na onda do valem todos os sons e todas as
letras, a cidade está quebrando o cordão de isolamento da velha
tradição e criando uma nova tradição: a de aceitar as ousadias que a
massa planta, colhe e até acolhe. É isto mesmo: a massa planta modos
e modas, mas também acata modas e modos plantados pela mídia,
pela publicidade, por interesses econômicos. A massa tem um poder
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semiótico-seletivo que pode dar com os burros n' água, mas que
também muitas vezes tirou a vaca do brejo.
Não fosse o liberou-geral dos gritos da massa, por certo a
nossa música popular estaria no mesmo limbo em que está a música
peruana, a francesa, a indiana – presas aos moldes conservadores de
uma tradição que não se renova. Quando a tradição vira sinônimo de
emperramento, de recusa às atualizações, de redoma isolacionista,
converte-se em pastiche repetitivo de si mesma. E aí a tradição morre.
Há uma parcela da crítica que recusa toda e qualquer inovação
nos campos da arte popular. Interessa saber se as massas, nos dias de
hoje, estão interessadas nesta defesa "de fora" e na manutenção da
mesmice consagrada. Afinal, arte é uma coisa. Dogma é outra.
O conservadorismo pode converter-se na mortalha da arte. E
isto não pode acontecer. Até porque, não há invenção sem tradição.
Uma certa tradição é imprescindível. O presente nasce da dialética
com o passado. Mas o passado intocado, o passado da tradição morta,
não leva a nada. Aliás, este é um procedimento antidialético.
Talvez estejamos vivendo, em especial a partir do exemplo de
Campina Grande e de Caruaru, o carnaval no seu mais amplo e
radical sentido: o mundo à revelia de toda e qualquer normatividade
estética. A festa intemporal, que segue os ritmos dos desejos, como
pontua Bakhtin.
Tanto em “Problemas da poética de Dostoievski”, como em
“A cultura popular na Idade Média e no Renascimento”,
Bakhtin insiste na caracterização do carnaval enquanto espe-
táculo sem ribalta e sem plateia, sem divisão entre atores e
espectadores. Uma festa onde todos são participantes ativos,
relacionando-se alegre e familiarmente, sem contemplação
ou representação. (RIBEIRO NETO, 1993: 19)
O carnaval sem as cordas e os cordeiros são estilhaços da
grande explosão que nos foi, e que continua sendo, tanto o Entrudo
como o Tropicalismo. “Viva São João, viva a Refazenda / Viva São
João, viva Dominguinhos / Viva São João, viva qualquer coisa/ Viva
São João, Gal Canta Caymmi / Viva São João, Pássaro Proibido /
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Viva São João” – canta Caetano Veloso em “São João, Xangô
Menino” (parceria com Gil, 1975, no disco “Qualquer Coisa”).
Viva São João, viva Qualquer Coisa, viva Jóia, viva Araçá
Azul, viva Noites do Norte. Viva Prenda Minha. Viva Cê. Viva Zii e
Zie. Viva a obra (e a vida) em processo. Viva as festas semióticas de
músicas, ritmos e danças nos carnavais, nas micaretas e nas festas de
São João.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Augusto de. Balanço da bossa e outras bossas. 5a. ed., 3ª reimpr.
S. Paulo: Perspectiva (Debates, v 3), 2008.
JOSÉ, Carmen L. Trânsito entre as oralidades: do corpo-mídia inserido na
mídia. In: MACHADO, Irene (org). Semiótica da cultura e semiosfera. S.
Paulo: Annablume/FAPESP, 2007. p. 245-253.
LOTMAN, I. A estrutura do texto artístico. Tradução de Maria do Carmo
Vieira Raposo e Alberto Raposo. Lisboa: Editorial Estampa, 1978.
MACHADO, Irene (org). Semiótica da cultura e semiosfera. São Paulo:
Annablume/FAPESP, 2007.
MACHADO, Irene. O filme que Saussure não viu: o pensamento semiótico
de Roman Jakobson. Vinhedo-SP: Horizonte Editora, 2008.
MACHADO, Irene. Escola de Semiótica; a experiência de Tártu-Moscou
para o estudo da cultura. S. Paulo: Ateliê Editorial/FAPESP. 2003.
RIBEIRO NETO, Amador. Caetano Veloso: negações e dissipações de um
compositor. In: _____ (org). Literatura na Universidade: ensaios. João
Pessoa: Idéia/Ed. Universitária UFPB, 2001. p. 97-120.
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RIBEIRO NETO, Amador. Errante folião viajante; uma abordagem das
canções de carnaval de Caetano Veloso. (Dissertação de Mestrado). USP,
1993.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. 11ª ed. Trad. Augusto de Campos e José
Paulo Paes. Org. e apresent. Augusto de Campos. S. Paulo: Cultrix, 2006.
SONESSON, Göran. A semiosfera e o domínio da alteridade. In:
MACHADO, Irene (org). Semiótica da cultura e semiosfera. S. Paulo:
Annablume/FAPESP, 2007. p. 125-144.

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