mesmo tempo que não deixa de ser um incentivo à leitura de um modo geral.
A seguir, menciono como se deu a escolha do texto teatral a ser trabalhado com
os alunos da Escola Santa Juliana.
1.2 A Escolha do Texto
O enredo de uma peça ou leitura dramática pode ser dividido em atos. Muitas
vezes, no primeiro ato, expõe-se o surgimento do conflito, no segundo o embate, no
terceiro o desfecho. Mas, também podemos encontrar peças em um ato único, sem
divisão nenhuma, como o texto dramático O rapto das Cebolinhas, de Maria Clara
Machado (1973), que foi escolhido para uso nesta pesquisa.
Foi utilizada a peça completa, contemplando todos os alunos e trabalhando todo
texto, que trazia um enredo envolvente para os alunos em questão.O enredo é visto
como a síntese ou arranjo de incidentes, à volta de um problema, com nó,
desenvolvimento e desenlace. (Calzavara, 2009, p.150).
O teatro de Maria Clara Machado é apreciado por todas as idades, por suas
qualidades estéticas e educativas, por isso foi considerado bastante adequado para uso
na pesquisa. Maria Clara Machado (1921-2001) foi escritora e dramaturga brasileira,
diretora, professora e atriz, sendo ainda autora famosa de peças infantis.
Nascida em Belo Horizonte, em 1921, Maria Clara Jacob Machado, é também
fundadora do Teatro O Tablado, no Rio de Janeiro, que passou a ser referência na
formação de atores, figurinistas, cenógrafos, diretores, iluminadores, sendo considerado
um celeiro de talentos hoje famosos. Ela nos deixou há alguns anos, mas só fisicamente,
porque continua viva por meio de sua contribuição para nosso teatro. A autora foi
estudar em Paris e, voltando ao Brasil, fundou, em outubro de 1951, O Tablado que tem
uma metodologia de aulas dinâmicas e atores preparados para expressar sentimentos e
emoções, muitas vezes ritmados por um tambor.
Considerada a maior autora de peças infantis do nosso país, desde sua infância,
foi desenvolvendo essa habilidade por meio do contato com seu pai, que também era
escritor e recebia em casa artistas, amigos seus, entre eles, Tônia Carreiro. A autora
escreveu 27 peças para o público infantil e 5 para adultos, entre 1953 e 2000. Entre elas,
A Bruxinha que era boa, 1958; O cavalinho Azul, 1960; Maroquinhas Fru-Fru, 1961; A
menina e o vento, 1863; e Jonas e a Baleia, em 2000, sua última obra.
A primeira peça escrita por ela foi Pluft, o fantasminha. No ano de 1953, Maria